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Economia do Caju

   Conhecida como a Capital Brasileira do Caju, a cidade de Pacajus tem como base econômica a produção de insumos agrícolas, com destaque para o cultivo do caju, confirmando a alcunha. Além da Cajucultura, o comércio é outro importante pilar da economia pacajuense.

 

    Responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016, as atividades comerciais se fortalecem com a feira municipal e são a principal fonte de renda de milhares de pacajuenses. A população total do município é de 72.203 pessoas, de acordo com informações do IBGE do mesmo ano.

 

   O PIB girando em torno de R$ 115 milhões, de acordo com o presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Tecnológico do Estado do Ceará (Comdetec), Roberto Cariri, e a construção do Shopping Viramar - com inauguração prevista para abril de 2020 - confirmam o crescimento econômico de Pacajus. Segundo Cariri, a intenção é de formar uma região de convergência econômica baseada no Vale do Silício.

   A pretensão inicial é de que o "Vale do Caju" forme uma aliança com Horizonte, Chorozinho, Pindoretama, Cascavel, Aquiraz, Beberibe e Fortim. Com um material diverso e acessível, esta seção do "Especial Pacajus - Teu nome nos convida a lutar?!" destaca o desenvolvimento da Economia do Caju e, a partir de depoimentos e análises de profissionais da área, traça uma panorama da economia pacajuense para os próximos anos. 

Do shopping ao cajueiro: economia pacajuense se destaca pela diversidade em seu polo industrial

Os perfis econômicos da cidade vêm crescendo nas últimas décadas, aponta secretário 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 “Nos últimos 30 anos, estamos conseguindo fazer desenvolvimento econômico, social e cultural, sempre buscando o fortalecimento do homem do campo”. As palavras de Roberto Cariri, secretário de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo de Pacajus, definem a base da economia pacajuense. Outras atividades, no entanto, também se destacam no cenário da economia da cidade. O comércio é responsável por 27% do PIB, conforme pesquisa realizada em 2016 pelo IBGE. 

 

 O comércio e as atividades do campo, sozinhas, não sustentam o desenvolvimento econômico de uma cidade. Fatores culturais, sociais e políticos são primordiais para o crescimento dela, além dos aspectos geográficos e naturais. Para Cariri, a ideia desenvolvimentista, em Pacajus, deve ser elaborada sempre sob a perspectiva de uma região semiárida. “Quando nós inauguramos o Castanhão, nós tínhamos um reservatório de uma década de água, o que tem nos ajudado até hoje na prevenção da falta de água por causa da seca”, avalia. 

 

 Para isso, o auxílio dos órgãos especializados na área, como a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), tem sido imprescindível, segundo ele, para o desenvolvimento econômico e ambiental de uma cidade. “Hoje, a Cogerh é uma das melhores companhias de recursos hídricos do país. Então isso é positivo para o desenvolvimento”, considera. 

Caju em sua espécie mais cultivada, o caju precoce.

(Foto: Lucas Albano)

Roberto Cariri está à frente da pasta desde 2017. 

(Foto: Lucas Albano)

 De acordo com o secretário, o progresso econômico de Pacajus é resultado de um planejamento criado na década de 1990, durante o governo estadual de Ciro Gomes. Na época, a Cajucultura já ganhava força para firmar-se como alicerce da economia pacajuense. E, apesar do nome, o modelo não se restringe apenas à produção e à comercialização do caju, da castanha e das “mudas”, mas consiste, também, na formação de uma rede de indústrias e empresas que se instalam cada vez mais na cidade.

 

 Rigesa, Vulcabras, Santana Têxtil, Cotralp e Vicunha compõem, atualmente, o parque industrial do município, promovendo a interação entre os integrantes do Vale do Caju. Esse complexo econômico é inspirado no Vale do Silício, dos Estados Unidos, e similar à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As cidades que fazem parte do Vale do Caju são: Itaitinga, Horizonte, Pacajus e Chorozinho.

 O título de “Capital Brasileira do Caju” não foi conquistado por acaso. Dos 254,2 Km² da área municipal, segundo o Anuário do Ceará de 2019, 11.800 hectares (ha) de terras - equivalentes a 46% do total -  são utilizados pelo cadeia produtiva do caju. O plantio é composto por dois tipos de cajueiros: o gigante e o precoce.

Cajueiro gigante e precoce se distinguem pela altura.

(Foto: Lucas Albano)

 Há seis anos trabalhando na cajucultura, o agricultor César Araújo, 49, revela que a diferença entre os dois tipos de árvores reside, principalmente, no tamanho. “O precoce é bem menor e mais fácil de colher. É aquele caju de mesa. Os pés de gigante chegam a ter oito metros de altura”, explica. A estatura dos dois é inversamente proporcional ao valor de mercado deles. Enquanto o quilograma do precoce custa R$ 3, o do gigante é vendido por R$ 2. 

César é morador do bairro Cavalaria, em Pacajus. Por lá, ele cresceu e constituiu sua família, que também ajuda no plantio.

(Foto: Lucas Albano)

 Além disso, o tempo de maturação e crescimento dos frutos também é diferente. “Os cajueiros levam cinco anos para maturar, já os miúdos levam apenas um”, constata. Motivos esses que reconfiguraram as safras do caju nas últimas duas décadas. No momento atual, mais da metade das áreas ocupadas pelas plantações de caju é composta por cajueiros precoces, de acordo com o agricultor.

 

 Apesar das vantagens, a planta menor, segundo César, é mais suscetível à ação de pestes. Situação agravada pela impossibilidade de utilizar veneno na plantação. “A gente não usa porque o governo não deixa. Boa parte do caju colhido vem estragado. O prejuízo é grande. Mas fazer o quê?”, lamenta.

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Os diferentes cajus

 

 Apesar de não ser um fruto, o caju é rico em vitamina C e é agradável ao paladar de muitos consumidores. Estudos comprovam que o caju, por possuir pigmentos que têm propriedades antioxidantes, previne e combate o câncer, além de deixar a pele mais jovem e gerar energia para a realização de exercícios físicos.

 

 BRS: Exige baixo custo de irrigação para ser cultivado. Por ter uma carne mais dura, é bastante usado para a produção de xaropes, doces em pasta, em massa e em calda, geleia e refrigerante de caju. A polpa tem um tom vermelho. 

 

 CP76: Também conhecido “caju de mesa”, tem como principal característica a carne mais suculenta e macia, com mais polpa. Por isso, tem um apelo comercial maior e é muito utilizado para fazer sucos. Tem coloração avermelhada.

Cajueiro ensacado (com enxerto) é a transição para o cajueiro precoce, que é o mais comercializado.

(Foto: Lucas Albano)

Adaptações necessárias para a sobrevivência

 

 Com o intuito de otimizar o cultivo e aumentar os lucros, produtores de caju utilizam algumas estratégias de manipulação. Dentre elas, o enxerto que transforma um cajueiro gigante em precoce. A técnica é simples e não precisa de procedimentos químicos, mantendo as características genotípicas da planta.

 

 “Você retira uma parte do galho de um cajueiro precoce, faz um corte no tronco do original, encaixa o galho retirado, amarra e protege com um plástico. Após o período de maturação, elimina-se a parte morta e retira-se o plástico. Passado um ano após o enxerto, os frutos gerados serão oriundos de um cajueiro precoce”, afirma o cajucultor César Araújo. 

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(Fonte: Levantamento do BNB)

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(Fonte: Levantamento do BNB)

(Fonte: Levantamento do BNB)

EXPEDIENTE:

TEXTOS
 

Eudes Viana e Lucas

Albano

FOTOGRAFIA
 

Eudes Viana e Lucas Albano

FILMAGEM
 

Eudes Viana e Lucas Albano

PROJETO
 

Eudes Viana e Lucas Albano

EDIÇÃO
 

Eudes Viana e Lucas Albano

ORIENTAÇÃO
 

Dahiana Araújo

Curso de Jornalismo da UFC - 2019

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